Exatamente dois meses antes de fazer seu primeiro jogo oficial em 2012 (e completar 10 anos de vida), o Metropolitano divulgou oficialmente o nome do seu treinador para a próxima temporada: César Pappiani. Ou, César Paulista, como o blumenauense já está acostumado a chamá-lo.
César nasceu em 04.09.1959, em São Paulo/SP. Se profissionalizou no futebol no Juventus, da Mooca (bairro paulistano reduto de imigrantes e descendentes italianos). Se destacou como titular da camisa 10 no “Moleque Travesso”, campeão da Taça de Prata de 1983 (equivalente ao Campeonato Brasileiro da Série B – na foto ao lado, César Paulista é o segundo agachado, da esquerda para a direita – no mesmo time jogava Nelsinho Batista, em pé).
Ainda nos anos 80 veio para Blumenau, defender as cores do BEC. Foi ídolo da torcida tricolor, onde conquistou o Catarinense da 2a divisão em 1987. Ficou até o fim da carreira, em 1992. Se identificou tanto com a cidade que ficou por aqui até hoje.
No Metropolitano, César Paulista começou trabalhando como treinador dos juniores, em 2004. Naquele mesmo ano, na modalidade do futebol, Blumenau foi representada nos Jogos Abertos de Santa Catarina pelo time amador do clube. A cidade foi campeã, sendo César o treinador.
No início de 2005, após três empates e uma derrota nos quatro primeiros jogos do Campeonato Catarinense (o Metrô estreava na 1a divisão estadual), Itamar Schulle deixou o cargo para comandar o Figueirense B. A direção alviverde ‘promoveu’ o treinador das categorias de base. E ali começaria a história de César Paulista como treinador do time profissional.
A início não poderia ter sido melhor. Na sua estreia, vitória por 1-0 sobre o Criciúma, em pleno Heriberto Hülse, com gol do lateral-esquerdo Vanderson nos minutos finais. Em apenas uma partida, o Metropolitano de César Paulista já havia somado o mesmo número de pontos (3) que o Metrô de Itamar Schulle em quatro jogos.
A troca fez o time crescer. Saiu de uma provável desclassificação na 1a fase para o segundo lugar do grupo. O jogo da classificação foi em Blumenau: vitória de 1-0 sobre o Joinville, até então invicto, para um público superior a 7.000 pessoas.
Na segunda fase o Metropolitano caiu num grupo muito difícil: Criciúma (que se sagraria campeão), Atlético de Ibirama (que seria vice) e Figueirense (então tricampeão catarinense e participante da Série A do Brasileiro). A eliminação não apagou a campanha acima da expectativa para um clube estreante (o União de Timbó, que subira junto com o Metrô, terminou na lanterna).
Após o estadual, veio a Série A2 – um tipo de divisão intermediária, onde os clubes que não participavam do Brasileiro teriam que garantir suas vagas para o Catarinense do ano seguinte. César Paulista ficou apenas para a partida de estreia – derrota para a Chapecoense, no Oeste.
Os seus substitutos (primeiramente Ivair, depois Zé Antônio) não conseguiram lograr êxito. A situação do Metropolitano era preocupante e o risco de ficar de fora do Catarinense 2006 era real. Foi quando César Paulista voltou para os oito jogos finais. Nos primeiros quatro jogos, tropeços. Mas três vitórias nos quatro jogos restantes garantiram a permanência do futebol blumenauense na elite do futebol estadual.
César Paulista trabalhou em diversas funções, além de treinador na base e no profissional. Participou do departamento de futebol em 2005, 2006, 2007 e 2008. Aliás, foi neste último ano que registrou sua última passagem pelo Metrô – quando o treinador era Lio Evaristo, que salvou o time do rebaixamento e o conduziu na excursão à Europa, em 2007.
O ano de 2008 trazia duas situações opostas na vida do clube: ao mesmo tempo que contava com uma renovação geral em sua diretoria e um novo modelo de gestão, tinha contra si o ônus de disputar o Campeonato Catarinense inteiro fora de Blumenau. Com o estádio do Sesi em reformas para a implantação da pista atlética, o Metropolitano faria TODOS os jogos fora de casa. E três clubes seriam rebaixados…
O início com duas derrotas (0-2 para o Brusque e 1-4 para o Criciúma) acendeu todos os sinais vermelhos. A competição tinha dois jogos por semana e não dava tempo para uma nova pré-temporada. A solução foi caseira: César Paulista, então no departamento de futebol, foi chamado.
A arrancada foi fulminante.
O Metropolitano ficou 10 jogos invicto (seis vitórias e quatro empates) – até hoje, a maior série invicta da história do clube. Considerando que nenhum deles foi em casa, créditos ainda maiores à campanha.
De lanterna do Catarinense o time fechou a competição no 4º lugar – melhor colocação até hoje – o que lhe valeu, pela primeira vez, classificação para o Brasileiro da Série C. O clube projetava inserir-se na principal competição nacional, mas da forma como foi, naquele ano ainda, pegou todos de surpresa.
O desempenho naquele estadual foi tão empolgante que a média de público do Metropolitano nos jogos que mandou em Brusque foi superior ao do próprio Brusque em sua cidade.
Na Série C o time sentiu o peso da inexperiência. Até largou bem, trazendo um empate com o Brasil, em Pelotas. Mas depois não obteve resultados satisfatórios e foi eliminado ainda na 1a fase de sua primeira competição nacional. Ali encerrava o terceiro ciclo de César Paulista como treinador do Metropolitano.
César Paulista é o segundo treinador que mais jogos esteve a frente do clube (47), apenas um atrás de José Tadeu Martins. Sua volta em 2012 deve fazer de César o novo recordista.
NÚMEROS DE CÉSAR PAULISTA COMO TREINADOR DO METROPOLITANO
47 jogos - 19 vitórias - 15 empates - 13 derrotas – 78 gols pró – 68 gols contra – 51,06%
É o treinador que mais comandou o Metropolitano no Catarinense da 1a divisão (32 jogos)
É o treinador da maior série invicta do clube até hoje (10 jogos, em 2008)
Ao lado de José Tadeu Martins (2002), é o treinador com a maior série de vitórias até hoje (4, em 2008) FONTE:http://mensageiroalviverde.wordpress.com/
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