Sapo com pedigree

Aos 80 anos, Mogi Mirim tem muita história e tenta reviver os tempos áureos

MOGI MIRIM - Sete décadas separam as histórias de Metropolitano e Mogi Mirim. Com 10 anos de vida, o time de Blumenau é jovem e dá passos fortes para crescer e se consolidar como uma nova força do futebol catarinense. Já o time paulista, aos 80 anos, é um avô interiorano, daqueles com muita história para contar e que tenta reviver os tempos áureos. Mas com pedigree.

Atualmente, o clube paulista é presidido por Rivaldo, o meia pentacampeão mundial com a Seleção Brasileira em 2002. Ele assumiu o Sapão, como o time é conhecido, em outubro de 2008. De lá para cá, o ex-camisa 10 trabalha para marcar o nome na história do clube fora das quatro linhas com a mesma maestria que o fez dentro de campo.

Aos que não lembram ou que sequer viram, entre 1992 e 1993, Rivaldo foi um dos líderes do Carrossel Caipira, como ficou conhecido a equipe montada pelo Mogi Mirim. Sob o comando do técnico Oswaldo Alvarez, o Vadão, o time atuava com esquema tático ousado, aos moldes da Holanda de 1974, sob a batuta de Rivaldo, Válber e Leto. O êxito se refletiu na conquista da Copa 90 anos da Federação Paulista e do Grupo Amarelo do Estadual. Por pouco, não chegou à final do Paulistão.

O técnico do Metropolitano, Cesar Paulista, ajudou a escrever parte dessa história vitoriosa. Em 1986, ano da estreia do Mogi na elite do paulista, Cesar atuou pelo clube. Foi contratado por empréstimo do Juventus. Por divergências com a direção, atuou poucas vezes, mas guarda boas recordações daquela passagem. E assegura não ter nenhum ressentimento. Pelo contrário:

– Já passaram 26 anos e muita coisa mudou. Mas tenho respeito muito grande por todos lá.

A vaga na Série D veio após o título do interior no estadual. A boa campanha atraiu a atenção para os destaques do time e apenas o atacante Roni permaneceu. Hernane, vice-artilheiro do Paulista, foi para o Flamengo. Para a competição nacional, a diretoria também reduziu a folha salarial para R$ 400 mil mensais, bem abaixo do R$ 1,1 milhão de antes. Investimento, porém, capaz de montar uma equipe competitiva e com capacidade de brigar pelo acesso, como o time mostrou na campanha da primeira fase, em que foi derrotado apenas uma vez, pelo Concórdia, no Oeste Catarinense.

CURIOSIDADES
Máquina de revelar talentos
Do centroavante Carlos Alberto Seixas, negociado com o futebol mexicano no final dos anos 1980, ao atacante Hernane, vendido ao Flamengo nesta temporada, o Mogi se firmou como caça-talentos.
Conexão verde
Recentemente, alguns ex-jogadores e até técnico do Metrô atuaram pelo Mogi. No ano passado, o treinador Roberval Davino assumiu o time paulista e levou consigo peças-chaves do time que havia montado no Verdão, como o goleiro João Paulo e o meia Mário André.
Sapão
O mascote do time é um sapo pois na região onde a cidade foi fundada, em meados do século XVII, pelo bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, havia muitos brejos.
Títulos
- Torneio Ricardo Teixeira (1993)
- Paulista do Interior (1933 e 2012)
- Paulista Série A2 (1985 e 1995)
- Copa 90 anos da Federação Paulista (1992) Fonte:JornalSC

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