Marcus Vinicius, zagueiro do Metropolitano

Entrevista: Marcus Vinicius

Surgiu na semana passada, a oportunidade de fazermos uma entrevista com o zagueiro do Metropolitano, Marcus Vinicius (Pipo). O jogador, que está numa rotina de acadêmico e treinos preparatórios para o inicio da Copa Santa Catarina, conseguiu nos conceder a honra da entrevista, na qual segue abaixo:



ENTREVISTA

1. Qual foi o seu melhor momento até agora, atuando no Metropolitano?R: Acredito que um dos melhores momentos foi o primeiro jogo do campeonato contra o Figueirense, onde fiz uma grande partida, e o que para muitos ia ser uma goleada para o Figueirense se tornou um jogo onde eles empataram no sufoco. Outro momento foi a vitória contra o Brusque, onde novamente foi necessário muita superação para vencermos e conseguirmos os objetivos traçados no início do campeonato. Vale ressaltar que, nesse dia, a torcida nos levou em carreata até o estádio. Isso me arrepiou muito e sensibilizou a todos no grupo, tanto que o resultado veio 3 horas depois.

2. Antes de atuar no Campeonato Catarinense 2011 pelo Metropolitano. Aonde havia atuado já?R: Atuei primeiramente na A.D. Hering em Blumenau jogando Futebol de Campo e Futebol de Salão durante quase 10 anos. Aos 16 anos passei 6 meses atuando pelo C.A. Tupi de Gaspar, onde surgiu o teste no Grêmio. Aprovado, joguei 4 anos la, sendo 1 ano no juvenil e 3 anos no Juniores, onde conquistei 2 Campeonatos Gaúchos Juniores, 1 Copa RS pelo Grêmio B ( igual Copa Santa Catarina ), 1 Copa BH e 1 Campeonato Brasileiro sub-20 em 2008. Além disso, fui capitão durante 2 anos dos 4 que joguei la. E ainda, vale lembrar que fiquei na seleção da Copa São Paulo de Futebol Junior eleita pelo canal de televisão ESPN BRASIL. Ano passado, joguei o campeonato carioca pelo Boavista, onde ficamos em 6 lugar. E, no segundo semestre, joguei no ASA-AL a Série B do campeonato brasileiro, onde ficamos em 9 lugar.

3. Qual foi o seu ápice na carreira de futebol profissional, na sua opinião?R: Acredito que foi em dezembro de 2008, quando vencemos o Campeonato Brasileiro sub-20. Torneio esse, nunca conquistado pelo Grêmio. Na semi-final, eliminamos o nosso grande rival, o Internacional. E, nas quartas-de-final, pude fazer 2 gols numa mesma partida, frente ao Ipatinga.

4. O que você acha do projeto do Metropolitano, clube de apenas 9 anos, para o futuro?R: O projeto é muito bom, e muito ambicioso. Porém, o Metropolitano está esbarrando em algo imprescindível no esporte, que é investimento. O clube se desdobra pra poder manter todas as suas contas em dia e, por sinal, sempre as cumpriu rigorosamente. Mas no futebol são necessários um alto investimento e projetos certos com pessoas certas. E, pelo que percebi, nesses 4 meses de clube, existem projetos e pessoas certas trabalhando, porém, o investimento não é o necessário para se fazer futebol no nível que a cidade e a torcida merecem e cobram.

5. Sabemos que você é cria do metropolitano e natural de Blumenau. Antes de jogar no Metropolitano, acompanhava de alguma forma o Metropolitano?R: Sempre acompanhei o Metropolitano. Em todos os lugares que morei procurava ouvir as rádios através da internet, acompanhando e torcendo como bom blumenauense e apaixonado pelo futebol de Blumenau que sou.

6. Qual a sua opinião, sobre a torcida do Metropolitano?R: Excelente, envolvente e capaz de mudar o resultado de um jogo. Quando falo isso, convoco o torcedor a acreditar. O primeiro título no Brasil vai ocorrer, estamos trabalhando com esse foco atualmente e o torcedor precisa acompanhar esse raciocínio e saber que obstáculos virão, não somente dentro de campo, mas fora também. Mas eu acredito que, quando existe um time qualificado e um apoio ( diretoria, torcida, imprensa ) pensando juntos no bem do futebol e na construção, não na destruição de um trabalho, as coisas acontecem. Quando um desses fatores puxa contra, as coisas demoram muito mais a acontecer.

7. Nesse ano de 2011, o Metropolitano se qualificou novamente para o Campeonato Brasileiro da Série D. Você acredita que neste ano o clube, pode conseguir o acesso?R: Acredito que sim. O desejo de nós jogadores e da diretoria é esse. Sabemos que precisamos trabalhar e evoluir como time. Mas sem o investimento necessário, se torna muito difícil um acesso. Não podemos ser irrealistas nessa hora, mas futebol não se faz sem apoio externo e sem investimento. Então, acredito que está na hora de mais empresas de Blumenau e região ajudarem e acreditarem no futebol de nossa cidade, porque dentro de campo faremos o máximo que for viável para conseguir.

8. Hoje, o Marcus Vinicius (Pipo) tem quantos anos, e qual meta para o futuro profissional?R: Tenho 21 anos e faço 22 agora no dia 10 de maio. Minha meta profissional é chegar à seleção brasileira, onde quase estive( na sub-17) em 2006. Porém, uma cirurgia do joelho fez com que eu tivesse que atrasar um pouco esse sonho. E, para isso, quero marcar história no Metropolitano vencendo o primeiro título no Brasil para o clube. A partir desse momento, projeto ir para um clube maior e dar seqüência na carreira ou, por que não me manter aqui e seguir a evolução do time no cenário nacional?

9. Na sua função de zagueiro, em quem você se inspira para atuar?R: Me inspirava muito no Fábio Luciano e no William ( Corinthians ), pois além de terem uma postura firme dentro de campo, se preocupavam com o conhecimento fora de campo, com estudo e valores familiares. Tanto que hoje curso o 7 semestre de administração na FURB seguindo esses passos. No jogo procuro evoluir sempre características essenciais como zagueiro que são a marcação, agilidade e cabeceio.

10. Qual o melhor do Mundo na sua função (zagueiro), na história do futebol, na sua opinião?R: Franz Beckenbauer.

11. Todos vivemos de fase, qual foi a sua pior fase na carreira na sua opinião?R: Novamente vou citar dois momentos. O primeiro foi quando tive que operar o joelho com a ruptura do ligamento cruzado anterior. Naquele momento, estava no juvenil do Grêmio, a uma semana de ser convocado para a seleção brasileira para um torneio na Espanha ( o treinador já havia me avisado ) e estava jogando no juniores. Outro momento muito difícil foi após o jogo da Chapecoense aqui em Blumenau, onde fui humilhado, xingado por alguns ( minoria ) torcedores pelos resultados não estarem ocorrendo. Isso tudo na frente do meu pai, da minha mãe, do meu avô, da minha avó, da minha prima e de meu irmão. Sendo que nem eu e nem eles pudéssemos fazer nada. Então, naquele momento, quando as críticas saíram do âmbito profissional e entraram no pessoal, eu repensei muito em tudo, e com o apoio da minha família pude me reerguer e no final, após o jogo contra o Brusque, sair aplaudido e com 4 pontos no lábio.

12. Qual foi o treinador que de alguma forma, lhe ajudou na sua carreira?R: Tenho alguns treinadores que gostaria de mencionar. Primeiramente, meus dois treinadores da AD HERING, o Jorginho no Futsal e o Wanderley no campo. Ambos me fizeram acreditar que as coisas poderiam dar certo para mim no futebol. Depois cito Alaércio Elisher que, alguns meses antes de eu ir pro Grêmio, falava que eu tinha condições de atuar em um time grande. Cito também, James Freitas que me selecionou como capitão do Grêmio no início da minha vida em Porto Alegre, e me ajudou muito a crescer no cenário nacional e dentro do Grêmio. Menciono ainda Joceli dos Santos que me deu a grande chance de iniciar no futebol profissional com uma seqüência boa de jogos. E, por fim, o nosso atual técnico Lio Evaristo que vem conversando muito comigo e me lapidando para almejar vôos maiores na carreira profissional.

13. Qual colega de profissão nessa carreira de futebol, você se tornou grande amigo nas equipes em que participou em especial?R: Tenho como grandes amigos o Neuton e o Rodolfo, ambos zagueiros profissionais do Grêmio.

14. E por fim, o Pipo participará da Série D pelo Metropolitano e poderá contribuir ainda mais com essa nossa trajetória de evolução?R: O desejo é muito grande. Como sempre afirmo em minhas entrevistas, sou apaixonado pelo futebol de Blumenau e pelo Metropolitano, mas hoje meu contrato é por empréstimo e meu passe pertence ao Grêmio até o final de 2012. Portanto, não sou o único a opinar para que isso ocorra. O que posso garantir é que, da minha parte, farei o possível para que isso ocorra. FONTE: Os gerldinhos-Geral do Metropolitano

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