Se fazer conhecer

Desde o início da formação do seu elenco para 2012, muitos comentários envolveram o Metropolitano num suposto interesse em contratar um jogador “conhecido”, ou “famoso”. As razões, principalmente, voltadas ao atrativo que este atleta “consagrado” pudesse despertar no torcedor e na mídia. Este assunto já foi até comentado por mim aqui no blog.
Retomo o assunto porque a derrota de domingo levantou algumas vozes neste sentido. Segundo algumas opiniões, o time do Metropolitano é fraco. É composto por jogadores que “ninguém ouviu falar”, “ninguém sabe de onde veio”, “ninguém conhece” etc.
Tudo isso é relativo.
A filosofia de trazer famosos já foi implantada várias vezes em clubes da expressão do Metropolitano e, normalmente, não dá qualquer retorno. Ao contrário. O próprio Metrô já fez isso. Vamos relembrar:
2002: Jacaré. O ex-atacante do Avaí, nacionalmente conhecido por ser ídolo do Guga Kuerten, chegou no meio da campanha da 2ª divisão. Em 6 jogos, marcou 2 gols. Uma passagem discreta (Carioca e Polegar, anônimos, se destacaram mais).
2004: Ronaldo. O caso mais notório. Ex-Corinthians e Seleção Brasileiro, o goleiro agitou o noticiário quando foi contratado. Mas, não foi além disso. Disputou apenas a primeira metade da Série A2. No restante da competição assumiu a titularidade o reserva Fernando Henrique, ex-categorias de base, e deu conta do recado até o fim, quando o Metrô obteve o acesso.
2005: Richardson. O nome de maior sucesso por aqui. Mas, mesmo sendo “famoso” (foi reserva no título do Vasco na Libertadores 1998), muitos vascaínos sequer lembravam dele. Não veio com status de craque, nem de salvador da pátria. Talvez isso tenha ajudado a dar certo.
2007: Cairo. Chegou com a pressão missão de substituir Richardson. Ou seja, ser ídolo. Se lesionou antes do Catarinense e só estreou na metade da competição, quando a realidade do time era brigar pra não cair (Eric, que chegou anônimo, destacou-se mais). Retornou em 2009. Nas duas passagens, fez 11 jogos e marcou 3 gols. Não foi mal, mas não passou de razoável.
2008: Aldrovani. Com passagem em vários clubes, inclusive de Série A, jogou nada pouco na primeira parte do Catarinense, quando estava constantemente lesionado. No Returno, colaborou com a melhor campanha do Metrô na história da competição. Mas não foi o artilheiro que se esperava (Leandrinho, que chegou anônimo, destacou-se mais). E na Série C, ficou marcado pelas oportunidades inacreditáveis de gol que desperdiçou.
2008: Maricá. Outro ex-vascaíno, atuou como volante/meia por aqui. Discretíssimo, saiu do time titular quando Fabinho, Jean Carlo e David (todos anônimos quando chegaram) acertaram o meio de campo.
2010: Trípodi. O argentino ex-reserva do Santos foi o primeiro estrangeiro a vestir a camisa do Metropolitano e se saiu bem. Com 11 gols em 22 jogos, certamente seu sucesso se deu, em grande parte, por não ter vindo à Blumenau depois dos 30, já em fim de carreira (situação semelhante a de Richardson).
Estes são os jogadores de “renome nacional” que atuaram nesta primeira década. Quantos seriam escalados no melhor Metropolitano entre 2002-2011? Acredito que dois, no máximo (Richardson e Trípodi), mas eu escalaria apenas um (Richardson).
O goleiro João Paulo, os laterais Alex Albert e Rafinha, os zagueiros Rafael Pereira e Cris, os volantes Fabinho e Luís André, o meia Cristiano e os atacantes Diego Viana e Leandrinho, que completam, na minha opinião, ao lado de Richardson a melhor escalação da história do Metropolitano, eram ilustres desconhecidos quando chegaram aqui.
Sim, é importante que o jogador seja “conhecido”. Mas conhecido de quem o contrata, não necessariamente da torcida. Este é um detalhe primordial.FONTE:Mensageiro alviverde

De torcedor para torcedor!